A Loirinha entrou no ônibus. A Loirinha
perguntou ao Motorista se o ônibus subia a Marquês de São Vicente. O Motorista
disse que sim e olhou para os seios da Loirinha, porque homem sempre olha para
os seios de uma mulher e motoristas também olham. A Loirinha tinha os seios
fartos e sua blusa valorizava seus atributos. Eu também olhei para os seios da
Loirinha. E o Homem de Terno Preto que estava na frente do ônibus também olhou
para os seios da Loirinha, e o Careca Alto, que estava parado no meio do
corredor do ônibus, também olhou para os seios da Loirinha. Até as mulheres
olharam para os seios da Loirinha. Talvez por isso a Loirinha tenha preferido
sentar na frente e não atravessar a roleta, porque a Loirinha estava
envergonhada que todos estavam olhando para os seus seios, porque os seus seios
eram muito bonitos e sua blusa estava valorizando seus atributos. A Loirinha
pagou a passagem e sentou na frente e não atravessou a roleta porque todos
olharam para os seus seios, que eram fartos, porque sua blusa também valorizava
seus atributos. A Trocadora não rodou a roleta e guardou o dinheiro, porque a Trocadora
é pobre e ganha muito pouco, e porque ela acha que esse dinheiro não vai fazer
falta para o Dono da Empresa de Ônibus que ela trabalha, porque o Dono da
Empresa de Ônibus que ela trabalha é muito rico e esse dinheiro da passagem não
vai fazer falta pro Dono da Empresa de Ônibus que ela trabalha, porque ele é
muito rico, mas o Dono da Empresa de Ônibus que ela trabalha, que é muito rico,
não pensa assim, porque ele quer sempre mais dinheiro e se ele descobrir que a
Trocadora, que é pobre, fez isso, ela vai ficar desempregada e ficar mais pobre
do que já é. A Trocadora também olhou para os seios da Loirinha, porque os
seios da loirinha eram muito bonitos e sua blusa valorizava seus atributos. A
Trocadora ficou com inveja dos seios da Loirinha, que eram muito bonitos,
porque a Trocadora é pobre e não tem dinheiro pra se manter bonita e nem tem
seios fartos e nem uma blusa que valorize seus atributos. O Homem de Terno
Preto pagou a passagem e passou a roleta, talvez porque ele não estivesse mais
conseguindo ver os seios da Loirinha, que eram muito bonitos. O Homem de Terno
Preto se encaminhou para o fundo do ônibus, mas o Careca Alto, que estava
parado no meio do corredor do ônibus, nem se moveu para o Homem de Terno Preto
passar, daí o Homem de Terno Preto passou todo espremido, porque o Careca Alto
estava parado no meio do corredor do ônibus e não queria se mexer para o Homem
de Terno Preto passar. O Careca Alto, que estava parado no meio do corredor do
ônibus, fez uma cara estranha quando o Homem de Terno Preto passou todo
espremido, porque o Homem de Terno Preto estava com o pau duro, porque o Homem
de Terno Preto ficou olhando para os seios da Loirinha e ficou com desejo de
chupar os seios da Loirinha, que eram muito bonitos, por isso ele ficou de pau
duro. O Careca Alto, que estava parado no meio do corredor do ônibus, também
estava de pau duro, porque ficou olhando para os seios da Loirinha e também
ficou com desejo de chupar os seios da Loirinha, que eram muito bonitos, por
isso ele não se mexia para o Homem de Terno Preto, que também estava de pau
duro, passar, porque se ele se inclinasse pra frente, iria encostar o pau duro
dele no ombro de uma senhora que estava sentada na sua frente. A senhora que
estava sentada na frente do Careca Alto, que estava parado no meio do corredor
do ônibus, já tinha percebido que ele estava de pau duro, mas não se afastou,
porque ela queria que o Careca Alto, que estava parado no meio do corredor do
ônibus, encostasse o pau duro dele no ombro dela, mas o Careca Alto, que estava
parado no meio do corredor do ônibus, não queria encostar o pau duro dele no
ombro da senhora que estava sentada na sua frente, porque ela não era loirinha
e nem tinha os seios bonitos e nem uma blusa que valorizasse seus atributos. A
Loirinha pediu para o Motorista parar para ela na rua Piratininga e o
Motorista, que não era bobo nem nada, querendo se fazer de gente boa, parou
para ela na rua Piratininga, que não era ponto de ônibus. O Homem de Terno
Preto pediu para o Motorista abrir a porta de trás para ele, porque ele queria
descer ali também, mas o Motorista não abriu a porta para o Homem de Terno
Preto, porque ali não era ponto de ônibus e motoristas nunca param fora do
ponto. O ônibus partiu e a Loirinha passou pela calçada e todos olharam pela
última vez para os seios da Loirinha, que eram muito bonitos
Um poema de Reynaldo Bessa
Há 2 dias