terça-feira, 20 de setembro de 2011

Ariane

Não sei mais o que fazer. Ariane agora deu para arrancar cadarços. Morder a quina do sofá. Não fosse meu amor sempre fresquinho e prontinho para perdoar, ela estaria frita.
Às vezes me pego acariciando seus cabelos enquanto ela dorme. Até a hora em que acorda com a garganta arranhando, de respirar pela boca. E me dá um bote. Reflexo, retroflexo. Mania de quem cisma em não querer afagos. E me morde com a boca cheia de dentes, muro de caco de vidro pontiagudo, borda de copo quebradinha, remela matinal ressecada cortante no canto do olho. E me lambe. Depois de machucar me lambe. Como quem diz: Aqui quem manda sou eu! Escarro e beijo, e você volta pra mim! E volto. Ela sabe. Acho que gosto assim. É simples, prático, como os sucos de caixinha que nos deixam mal acostumados.
Ah, Ariane! Você tem sorte. Sorte sua ser cheirosa. Cheirosa e quentinha. Quentinha e macia. Macia e gostosa de apertar. Coisa fofa. Meu mimo. Minha vaidade.

4 comentários:

Samantha Souza disse...

Adorei! Muito bom, já disse que vc tem que mandar seus textos para tentar publicar em alguma revista!!! Bjs!!

Paulo Henrique Motta disse...

hahaha
valeu cumadre!! mas vc é suspeita pra falar...
cumadre, né!!! rsrsrs

Sérgio Medeiros disse...

Voltou em grande estilo :-)

Paulo Henrique Motta disse...

Obrigado, Sérgio!!

voltarei de mansinho!!! rsrs

abs