sexta-feira, 16 de maio de 2008

Turismo. Destino: Túnel de Fortaleza

Quem vem ao Rio de Janeiro tem como atração turística algumas favelas. A prefeitura oficializou as favelas como destino já incluso no roteiro de viagem do turista, principalmente o estrangeiro. O turista vem e conhece a cidade por um outro ângulo. O Rio é lindo olhado do alto do pão-de-açúcar, do corcovado, das praias sempre belas, mas a vista da favela da rocinha, por exemplo, poucos conhecem e é uma das coisas mais lindas. Foi muito inteligente quem bolou esta idéia.
Alguém aí ainda se lembra daquele milionário assalto ao Banco Central de Fortaleza? Pois então, a prefeitura daquela cidade está deixando de lucrar muito com seu novo túnel que, assim como as favelas do Rio, está famoso no mundo inteiro. Por que não incluir o passeio ao túnel no roteiro de viagem?
Sem exagero nenhum, o túnel que foi construído para assaltar o Banco Central pode ser considerado um marco na história da engenharia moderna, sem ao menos ter usado recursos milionários. Ele tem 80 metros, foi construído a 4 metros de profundidade e passa debaixo de casas e até de uma avenida, e ainda conta com um moderno sistema de refrigeração. Em vez de fechá-lo, como pretende fazer a prefeitura, deveria mantê-lo aberto e aberto ao publico, pois, com certeza, qualquer um teria curiosidade de conhecê-lo.
Imaginem só que legal! Você vai a Fortaleza, conhece as praias, as dunas, os museus, pontos históricos e outras “cositas mas”, e depois vai ao túnel (que poderia até ter um nome legal, mas eu já estou dando a idéia do turismo; o nome fica para outro inventar), percorre todo os seus 80 metros, sai diretamente no cofre do BC e ainda conhece um pouco do nosso sistema financeiro. Não é demais!? Nossa! Eu deveria fazer Turismo. Ninguém visita um Banco Central; as pessoas visitam praias, museus, restaurantes, e etc e tal, mas Banco Central não!
Não sei se estou conseguindo ser engraçado, mas nem queria... A idéia é séria!
Pensem nisso.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

A mesa ao lado

Sentou-se perto de mim. Suas curvas, sua anca, sua forma, era tudo tão exuberante que teve de se ajeitar para sentar. Suspendeu as partes médias da calça mexendo as pernas de forma com que se encaixassem em suas dobras e curvas. Não era gorda, era gostosa! Mexeu nos cabelos. Seus dedos deslizavam livremente e sedosamente por entre eles, fazendo exalar um delirante perfume. Fiquei num estado de êxtase profundo. Nunca alguém me tivera despertado tão delicada atenção. Seus movimentos eram sutis como rosas bailando à brisa da manhã. Mexeu novamente nos cabelos e bocejou. Nunca um bocejo foi tão sensual na boca de alguém como aquele ali expelido. Mexeu na blusa deixando escapar uma inocente revelação de sua barriga. Linda! Uma pele amorenada... Parecia ser tão sedosa e quente (assim como dever ser). Meus olhos estavam hipnotizados. Inércia total. Prendeu os cabelos deixando mais uma vez escapar, inocentemente, mais uma parte sensual de seu corpo. E que nuca! Meus lábios umedeciam à espreita de um toque. Sua respiração parecia ensurdecedora. Não conseguia me ater ao que estava fazendo. Só pensava em como chamar a sua atenção. Ouvi um sussurrar de sua voz e outro bocejo. Seu olhar agora estava distante. Se distraiu por um instante e eu não me distraí um segundo sequer de seus movimentos.
Finalmente ela sorriu! Um sorriso assim infante. Era algo transcendental que delatou uma euforia em meu fugaz coração. Meus batimentos cardíacos saltitavam pelos poros. Não estava conseguindo controlar a minha ânsia... Ah! enfim ela virou.
Pudera eu ter sentido só um toque em seus cabelos, o perfume de sua nuca, o calor do seu umbigo e pra mim ter dedicado aquele lindo sorriso. Mas de tudo isso eu só podia ter uma coisa: o contemplar dos seus sentidos.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Julieta




Não era isso que esperava da vida
E depois de tudo já ter vivido
Se encontrar deitada, esvaecida
Sobre aquela cama fria de asilo.

Não se tortura, e nem se lamenta
Do sopro de vida que inda lhe resta
O remorso quase não aparenta
Está tudo de bom e nada presta.

Encanta e encanta-se num sorriso
E canta no canto dos tempos idos
Feito encantos em cantos de canárias

Na espera do leito derradeiro
Julieta lembra do companheiro
Saudando as figueiras centenárias.