terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Ariane com asas



Ariane sempre me surpreende. Quando eu menos espero, tchan-ran!, ela me aparece com mais uma. Dessa vez, logo que acordei, sobre o embaçado dos meus olhos, estava Ariane de frente para o espelho, claramente feliz, com as lindas asas que lhe nasceram. Disse que foi durante a noite. Ela mandou que me apressasse, porque agora precisávamos de um novo lar, maior e mais confortável. Que um novo fruto colheria. Ela precisava voar. Confesso ter ficado um tanto confuso com aquilo tudo: talvez com tantas asas, perca-se um pouco da humanabilidade. Mas não com Ariane. Ela estava convicta e merecidamente linda. Só vendo.
Ela me disse que agora pode voar. Sentir o vento bater nos olhos. A chuva queimar. Pousar sobre a flamboyant que a gente vê daqui de casa, confundi-la com suas novas cores. Que agora sua liberdade não tem mais aspas. Danadinha a Ariane! Sabe tudo. Sabia de tudo o tempo todo. Espera sempre a hora certa para falar. Todo aquele suspense da última semana me deixou assustado. Mas ela me confortou, dizendo para eu não me preocupar, porque só almas gêmeas ficam em silêncio sem constrangimento. Como eu aprendo com Ariane! Só ela faz de um canteirinho de plantas na varanda, sítio. De um feixe de luz, ocaso. E de qualquer asas, liberdade.

6 comentários:

vanessacamposrocha disse...

quem voa mais? A Ariane ou as suaspalavras? beijos

Paulo Henrique Motta disse...

Ariane, Vanessa, sempre Ariane. rsrs

Camilinha disse...

Ariane sempre surpreende!

Agatha Galvão disse...

Lindo o texto! Adorei! Beijos.

Sérgio Medeiros disse...

Vamos ver pra onde Ariane vai voar :-)

Adrianna Coelho disse...

mas que coisa linda!!!

ariane, as asas, a liberdade e o silêncio...
tudo como se fosse um móbile
pairando sobre minha cabeça.