segunda-feira, 7 de abril de 2008

O que faz Carlo quando está longe de tudo aquilo que lhe traz felicidade

I
Caminha em passos
breves
as mãos nos bolsos
vazios
lembra daquelas
duas bandeiras
de fitas
que viu numa manhã
de quinta
e que até hoje
não faz nenhum
sentido
pra ele
(assim como o menino encolhido na
calçada)

II

Sorri um sorriso tímido
de si mesmo
por achar
que aquelas
fisgadinhas no
peito possam ser
lembranças de um antigo amor

bobo que só ele
ainda tem esperanças
de que em algum dia
naquela cidade quente
ainda vá fazer frio

fica pasmo ao descobrir
que tudo aquilo
que achava saber sobre as
três Marias
não passava de mera
brincadeira de criança
e que o céu está
muito além do que seus olhos
podem ver

III
Pensa na pelada de sábado
que não vai há meses
e na chuteira nova
que precisa comprar

e de repente
uma euforia
como aquelas de quando criança
toma conta dele
mas que na verdade
ainda são
aquelas fisgadinhas.

Aí quando ele acha que tudo está sob
controle
ela aparece com o
seu jeitinho simples
água, sal, calor
e pronto.

3 comentários:

Gustavo Fichter disse...

Olá, Paulo Henrique, obrigado por sua visita ao meu blog. Fiquei muito feliz com seu comentário.
Vejo que também gosta de poesia.
Parabéns pelo blog e pelo criativo nome do mesmo.
Abraços

Unknown disse...

Pow, paulinho, visceral. Me vi nessas linhas agora. Ou toca ou não toca. E vc, certamente, toca.Fico feliz por vc e por mim. Por vc, porque é lindo demais. E por mim pq ler algo que me fala aos ouvidos é quase como um vômito. Uma vez mais ,vc está de parabéns. Grande abraço, brother.

Rebecca Garcez disse...

Muito bom, Paulo.

Beijos.