segunda-feira, 12 de maio de 2008

A mesa ao lado

Sentou-se perto de mim. Suas curvas, sua anca, sua forma, era tudo tão exuberante que teve de se ajeitar para sentar. Suspendeu as partes médias da calça mexendo as pernas de forma com que se encaixassem em suas dobras e curvas. Não era gorda, era gostosa! Mexeu nos cabelos. Seus dedos deslizavam livremente e sedosamente por entre eles, fazendo exalar um delirante perfume. Fiquei num estado de êxtase profundo. Nunca alguém me tivera despertado tão delicada atenção. Seus movimentos eram sutis como rosas bailando à brisa da manhã. Mexeu novamente nos cabelos e bocejou. Nunca um bocejo foi tão sensual na boca de alguém como aquele ali expelido. Mexeu na blusa deixando escapar uma inocente revelação de sua barriga. Linda! Uma pele amorenada... Parecia ser tão sedosa e quente (assim como dever ser). Meus olhos estavam hipnotizados. Inércia total. Prendeu os cabelos deixando mais uma vez escapar, inocentemente, mais uma parte sensual de seu corpo. E que nuca! Meus lábios umedeciam à espreita de um toque. Sua respiração parecia ensurdecedora. Não conseguia me ater ao que estava fazendo. Só pensava em como chamar a sua atenção. Ouvi um sussurrar de sua voz e outro bocejo. Seu olhar agora estava distante. Se distraiu por um instante e eu não me distraí um segundo sequer de seus movimentos.
Finalmente ela sorriu! Um sorriso assim infante. Era algo transcendental que delatou uma euforia em meu fugaz coração. Meus batimentos cardíacos saltitavam pelos poros. Não estava conseguindo controlar a minha ânsia... Ah! enfim ela virou.
Pudera eu ter sentido só um toque em seus cabelos, o perfume de sua nuca, o calor do seu umbigo e pra mim ter dedicado aquele lindo sorriso. Mas de tudo isso eu só podia ter uma coisa: o contemplar dos seus sentidos.

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