quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Uns nomes

“um breve ensaio sobre o nome e seu uso cotidiano”

Quando nascemos recebemos um nome, um nome que será nossa marca, nossa identidade e que por mais que não gostemos dele, pois não foi da nossa escolha, é ele que carregaremos até a morte, aliás, o nome é a única coisa que podemos levar conosco para a eternidade. Somos dependentes desta marca classificatória, a que nos distingui das outras pessoas. Precisamos a todo o momento do nome, precisamos a todo o momento nos identificar. E gostamos de ser identificados, é quase uma questão de vaidade.
A técnica mais antiga de identificação era a tatuagem, já utilizada pelos romanos para marcar os mercenários de suas tropas. A partir do século XIX a fotografia, a medição antropométrica e a datiloscopia passaram a ser fundamentais no trabalho de identificação das pessoas. No Brasil, a cédula de identidade, mais conhecida sob as iniciais RG (Registro Geral), traz, além do nome do portador, o de seus pais, o da cidade e o do Estado em que nasceu, o dia, mês e ano em que veio ao mundo, uma foto, a impressão digital do polegar direito, a cidade, o estado, a data, o número de matrícula do funcionário responsável, sua assinatura e o emblema da polícia civil, entre outras informações. Daí o olhar de espanto e desconfiança presentes em todas as fotos das carteiras de identidade. Mas tudo isso não se faz merecedor de atenção, o importante mesmo é o nome, mesmo que não seja de muito grado do seu dono como aqueles nomes fáceis de rimar com alguma coisinha cabeluda ou aqueles em que é preferível ter um apelido.
A palavra nome vem do latim nomine, nome. Durante muitos séculos, o nome de batismo supria o do registro civil. Era comum os bebês receberem nomes de santos. No Caso do príncipe que proclamou nossa independência, seu nome completo era Pedro de Alcântara Francisco Antônio João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon. Bragança era da família real do pai, D. João VI. E Bourbon, da realeza espanhola da mãe, Carlota Joaquina. D. Pedro I foi o 27º rei de Portugal, com o título de Pedro IV, e o primeiro imperador do Brasil (só a título de curiosidade).
Não faço muita questão que me chamem pelo meu nome, já me acostumei a ser chamado por algumas pessoas de Carlinho, Luisinho, Fábio e o mais atual de todos, Edu. Não sei o que fazer, fico tímido, não consigo corrigir a pessoa dizendo que este não é meu nome. Sou cordial, isto não me cria grandes problemas. Um grande amigo meu, que lá se vão uns 15 anos, não consegue me chamar de outra coisa que não seja Luisinho e em uma ocasião especial, numa tentativa sem sucesso, tentei corrigi-lo e ele simplesmente me respondeu: – Tudo bem Luisinho. Desisti completamente de esboçar qualquer esforço para manter intacta minha identidade.
A sociolingüística na analise da conversação trata o nome como um par adjacente que corresponde ao chamamento e reconhecimento. Daí a idéia central de termos um nome para sermos identificados e reconhecer quando somos solicitados. Cabe a nós, pelo menos, falar o nome certo das pessoas, ou como eu, atender a vários nomes.

2 comentários:

Anônimo disse...

Luisinho????? rsrsrsrs
essa eu nao sabia....
bjs

Rebecca Garcez disse...

Obrigada pela dica, primo.
Aliás, sou péssima quando o assunto é a estrutura de uma poesia.

Se puder dar mais umas dicas, agradeceria.

Beijos.