terça-feira, 25 de março de 2008

A moderninha

— Precisamos dar um tempo.
— Lá vem você com essa palhaçada de tempo de novo. Não agüento mais isso! (blefando) Por que não terminamos tudo de uma vez e paramos com essa infantilidade?
— Ok. É melhor mesmo.
— O quê?! Mas você não queria só dar um tempo?
— A idéia de terminar tudo foi sua. Concordo.
— Eu não tinha idéia de coisa nenhuma. Se você quer dar um tempo, vamos dar um tempo então. Eu aceito o tempo.
— Eu estou confusa.
— Eu sabia. É alguma coisa com o emprego novo, né? Você está gostando de outra pessoa?
— Não existe outra pessoa.
— Ah, então o problema sou eu?
— Não, o problema não é você, o problema sou eu.
— Não me venha com essa! Se o problema fosse você, quem estaria pedindo um tempo seria eu, eu é que estaria confuso.
— É que eu acho que não sou boa o suficiente pra você. Eu não te mereço.
— Mas isso quem decide sou eu!
— Você é bom demais pra mim.
— Se eu sou bom demais pra você, então não há motivos para ficarmos separados. Você me ama. Você só está um pouco cansada. É só isso.
— (já sem paciência) A verdade é que eu não te amo mais.
— Ora, ora! Pra quem estava confusa, você até que está bem certinha agora do que quer.
— É que você me irrita e me sufoca. Eu quero sair à noite com meus amigos e você me prende. Isto está me incomodando muito.
— Vamos conversar com calma. Eu mudo meu modo de ser, só não podemos terminar.
— Não dá mais. Eu estou ficando com outro cara.
— Mas você me disse...
— Era mentira! E a gente já está ficando há algum tempo.
— Moderninha, hein! Daqui a pouco você está fumando...

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